A inclusão de templos religiosos como atividade essencial na pandemia tem sido tema de debates em câmaras e assembléias legislativas por todo o país.
Christina Vital, pesquisadora do ISER e professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) analisou, para a plataforma Religião e Poder, o histórico recente de posicionamentos de juristas evangélicos e da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure). Segundo ela, a posição “está em consonância com estratégias reveladas por articuladores da Frente Parlamentar Evangélica no Congresso Nacional e busca criar fato político”.
“O fato político de que estaríamos vivendo uma situação de privação de liberdades no Brasil estava posto, encontrando ressonância em outros setores da sociedade não necessariamente religiosos. No caso específico, correspondia à privação de liberdade religiosa junto à perseguição direta aos cristãos e mais especificamente aos evangélicos. No entanto, não há base empírica que sustente essa afirmação”, diz um trecho do artigo.
Mas, prossegue a pesquisadora, “a eficácia simbólica do fato político reside em influenciar o sistema de crenças das pessoas, ou seja, insistir em falácias (neste caso) até que elas alcancem mentes e corações e ganhem aparência de verdade”.