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Campanha pela transformação do prédio do antigo DOPS/RJ em espaço de memória da resistência das lutas sociais

No dia 13 de dezembro de 2013, diversos movimentos sociais, grupos e entidades de direitos humanos, partidos políticos e militantes independentes lançaram uma campanha pela transformação do prédio do antigo DOPS/RJ em espaço de memória da resistência.

Com o lema “Ocupar a memória para não esquecer a nossa história”, a campanha se soma a antigas iniciativas e ao esforço no mesmo sentido da Comissão Estadual da Verdade (CEV-Rio) e quer ganhar a opinião pública para a necessidade de se construir no local um espaço comprometido com a memória da resistência e das lutas sociais, e que explicite a relação entre as violações cometidas pelo Estado no passado e no presente, estimulando medidas que impeçam a repetição de tais práticas.

O prédio do antigo Departamento de Ordem Política e Social no Rio de Janeiro foi inaugurado em 1910 como sede da Repartição Central de Polícia. Ao longo dos anos foi local de tortura e ficou conhecido como centro de repressão às manifestações políticas e culturais de caráter popular. Lá estiveram presos: Olga Benario, Luiz Carlos Prestes, Graciliano Ramos e Carlos Marighella, além de pessoas ligadas à cultura e à religião afro-brasileira.

Hoje, o prédio encontra-se abandonado, com vários documentos importantes literalmente entregues às baratas.

A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, que administra o local, afirma querer criar lá um museu da corporação, mas, na cerimônia de posse da Comissão Estadual da Verdade, no ano passado, o governador Sérgio Cabral se comprometeu publicamente a atender a reivindicação de transformar o prédio em Espaço de Memória, porém, até agora nenhum passo efetivo foi dado nesse sentido.
Diante disso, as entidades e organizações à frente da campanha já preparam uma série de atividades com vistas à conquista do prédio, entre elas uma ocupação cultural do espaço, nos próximos dias 21 e 22 de março de 2014, quando irão se reunir ex-presos políticos, familiares de mortos e desaparecidos durante a ditadura, artistas e militantes dos movimentos sociais do Rio de Janeiro. Essa será apenas uma das muitas atividades que estão sendo organizadas para “descomemorar” o golpe civil-militar de 1964 e reafirmar a necessidade de políticas de não repetição de crimes e violações dos direitos humanos como os cometidos durante a Ditadura e que ainda hoje estão impunes.

Para que não se esqueça! Para que nunca mais aconteça!

OCUPAÇÃO CULTURAL DO PRÉDIO: Dias 21 e 22 de Março
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