Pedro Cavalcante
A Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, será realizada de 20 a 22 de junho, no Rio de Janeiro. Duas décadas após a realização da ECO-92 as discussões ainda são pautadas pela mesma questão-chave: como resolver o grave descompasso existente entre o modelo econômico vigente e a preservação da vida?
Apesar das propostas levantadas, compromissos firmados e dos diversos documentos gerados tais como a Agenda 21, a Carta da Terra, a Declaração do Rio, e inúmeros outros, ainda é muito difícil perceber, neste intervalo de tempo, quaisquer avanços reais quanto ao estabelecimento de políticas efetivas e comprometidas com a melhor distribuição de recursos e garantia de sustentabilidade.
Seguindo uma estrutura semelhante à de 1992, o evento desse ano caminha para o mesmo tom corporativista e pouco afeito às necessidades e reivindicações da sociedade civil.
Em contraponto, a sociedade civil vem se mobilizando para organizar, no Aterro do Flamengo, a Cúpula dos Povos, que pretende reunir uma agenda de demandas e pautas alternativas às da Rio+20.
Um dos pontos centrais de mobilização da Cúpula consiste na recusa à chamada “economia verde”, modelo de gerência de recursos naturais alimentado no âmbito da Rio+20. Para os grupos da sociedade civil articulados, a ideia já parte de um equívoco por pressupor o seu financiamento por meio dos próprios recursos naturais.
A Cúpula dos Povos será realizada de 15 a 23 de junho e o espaço do Aterro do Flamengo será dividido entre a Assembleia Permanente dos Povos, grupos de discussão autogestionados e uma área para troca de experiências e ideias entre a sociedade e as organizações e movimentos sociais participantes.
Para saber mais sobre a Cúpula dos Povos, acesse.