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Exibição do filme VERDADE 12.528 com debate

Como manter viva a memória dos que tombaram durante a ditadura militar? De que maneira contornar os impedimentos legais trazidos pela Lei da Anistia, promulgada há trinta anos, e prosseguir com os trabalhos de resgate e reconstrução deste período? De que modo juntar os fatos dispersos para montar o quebra-cabeças e recuperar a imagem de uma das fases mais escuras da história do nosso país? Como resquícios da ditadura militar continuam presentes, ainda hoje, em nossa sociedade? A recém instaurada Comissão da Verdade surgiu para buscar algumas destas respostas. E paralelamente a ela, percebemos a necessidade de um registro desse processo.

Afinal, que crimes daquele período ainda estão sem averiguação e continuam impunes? Quantos foram mortos, como foram mortos, quem os assassinou? Onde estão os corpos de pais, irmãos, irmãs, filhos e filhas de centenas de cidadãos brasileiros? Até onde chegará o trabalho da Comissão da Verdade e o que a população espera dela?

O documentário Verdade 12.528, cujo nome se relaciona exatamente à lei que criou a Comissão Nacional da Verdade em 2011 e a instituiu em maio de 2012, vem dar a sua contribuição no sentido de aprofundar o debate. Pretende resgatar e reconstruir a memória. Explicar como funciona a Comissão Nacional da Verdade e mostra sua importância hoje, através de histórias que ainda precisam ser contadas. Foram registradas as expectativas da sociedade em relação a ela também como uma forma de cobrança. O que ainda precisa ser descoberto e o que deve ser dito?

Fazendo sempre uma ponte com o presente pretende-se educar, conscientizar e informar a população como um todo. O que está presente hoje em nossa sociedade que são resquícios daquele período? Não é questão de revanchismo nem de saudosismo, mas sim de busca pela construção da memória do país, na contramão da anestesia social em que a sociedade está mergulhada hoje, baseada no esquecimento e na reconciliação.

No documentário são contadas histórias de pessoas que sofreram com a repressão e de outras que, de uma forma ou de outra, são afetadas até hoje, direta ou indiretamente.

A ideia surgiu após percebermos um desconhecimento grande em relação ao período e à própria Comissão. Acreditamos que o tempo não pode apagar a memória, relegando ao esquecimento um momento histórico como este, que precisa ser documentado para as futuras gerações.

Assim, tomando como fio condutor uma linha do tempo que pulsa entre a razão e a emoção, o documentário intercala histórias pessoais, tendo como pano de fundo o contexto da época e explicações didáticas sobre a atuação da Comissão.

Mais de 40 pessoas foram entrevistadas em São Paulo, Jales e no Araguaia – região palco da célebre guerrilha envolvendo militantes do Partido Comunista do Brasil, perseguidos e massacrados pelo Exército nacional.

convite verdade filme