Desde o início do século passado, o dia 8 de março é uma data mais que comemorativa para as mulheres: é um momento de trazer à tona importantes reivindicações políticas, econômicas e sociais. De fato, as desigualdades de gênero não são um fenômeno recente, e por isso também não começaram ontem as manifestações motivadas pelas realidades injustas.
Para dar eco às trajetórias de mulheres que têm papel ativo na transformação de suas comunidades, desde bairros até igrejas, o ISER lança hoje a campanha O lugar é delas. Durante o mês de março, serão publicadas entrevistas com lideranças dos condomínios do programa “Minha Casa, Minha Vida”, cujo trabalho social é de responsabilidade do ISER, além de uma matéria sobre os avanços e desafios das mulheres dentro de suas religiões.

Mesmo atuando em contextos diferentes, elas têm pontos em comum: articulam pessoas, produzem atividades e acolhem quem compartilha o dia a dia. “Essa construção acaba sendo orgânica e espontânea e reflete o papel social de cuidadoras que as mulheres desempenham especialmente em contextos em que as instituições públicas são tão omissas”, destaca Priscila Oliveira, gestora do projeto.
Apesar de muitas das mulheres não se enxergarem como lideranças, elas são reconhecidas assim pelos vizinhos dos residenciais ou pelos colegas de igreja. Um exemplo é a primeira moradora entrevistada, Nathalia Lopes, de 25 anos. “Eu conheci pessoas que jamais achei que teria alguma relação, algumas vem até desabafar comigo. Acho que minha relação é ótima”, reconhece.
Confira no Instagram a trajetória de Nathalia
“Mesmo sem se verem como liderança, as mulheres se destacam em termos de cooperação e mobilização. Os nomes surgiram quando buscamos por pessoas que fossem articuladas, comunicativas e interessadas no que acontece na sua localidade”, explica Priscila Oliveira. De fato, a identificação das pessoas que se tornam referências sociais de maneira orgânica é uma das principais ações de fortalecimento comunitário.
Ela conta que a ação tem gerado esperança e empolgação dos demais moradores e é um dos principais impactos positivos do projeto de Trabalho Social do ISER. “No caso das mulheres, além de oportunizar que elas desempenhem de forma profissional e remunerada suas articulações e mobilizações, investimos em atividades que evidenciem a importância, efetividade e potência de suas contribuições comunitárias”.
Fortalecimento comunitário em condomínios
O ISER desenvolve o Trabalho Social em quatro condomínios do programa Minha Casa, Minha Vida, sendo três deles na cidade de Belford Roxo e um em Niterói, no estado do Rio de Janeiro. Entre os objetivos principais do projeto, está a melhora da qualidade de vida dos moradores dos condomínios, por meio do fortalecimento da sua capacidade de mobilização e organização comunitária, da promoção do seu desenvolvimento socioeconômico e da ampliação da educação socioambiental e patrimonial.
Priscila Oliveira reforça que, entre as atividades previstas no Trabalho Social, estão a identificação de lideranças orgânicas, a construção de grupos de mobilização e deliberação local, a articulação de reivindicações junto a instituições públicas, o estabelecimento de parcerias com organizações civis, além de ações de capacitação.
Saiba mais sobre o projeto desenvolvido pelo ISER
Por Julia Boardman