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Comunicações do ISER Nº 62

Referendo do Sim ao Não – Uma experiência da democracia brasileira

As pesquisas que o ISER vinha desenvolvendo, desde 1992, no tema da chamada “letalidade das armas de fogo” determinaram tanto nossa parceria com o VIVA-RIO nestes anos que se seguiram, quanto nosso engajamento na Campanha a favor do Desarmamento. Nossas pesquisas mostravam sistematicamente e, cada vez mais precisamente, à medida que melhorávamos nossas bases de dados, que as armas leves, nas mãos de civis, eram responsáveis pela maior parte dos crimes denominados “de proximidade” e vitimavam indiscriminadamente mulheres, jovens, vizinhos, amigos, pais de família, e um expressivo número de cidadãos que – não fora essa máquina mortal – estariam entre nós. Esses números impressionantes e a convicção de que as armas de fogo, relativamente baratas e fáceis de se obter poderiam fortalecer ascendentemente uma “cultura de violência” nos levaram a participar ativamente de todas as articulações que visaram, com sucesso, aprovar o Estatuto do Desarmamento que, sancionado em dezembro de 2003, levou a sociedade brasileira ao Referendo, em outubro de 2005.

Durante toda a Campanha, o ISER forneceu os dados e fez pesquisas para convencer os operadores de políticas públicas e os tomadores de decisão, com o intuito de convencê-los com argumentos qualificados, que é preciso deter a escalada da violência e que uma das formas eficazes de se fazer isso é proibindo o livre comércio de armas e dificultando a sua posse. As cores e as emoções dessa Campanha que mobilizou expressivos atores da sociedade civil brasileira, parlamentares, governo e mídia, bem como as questões dramáticas que marcaram o Referendo estão descritas na série de artigos que ora publicamos e que têm por finalidade nos permitir uma “avaliação”.

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