A intolerância se abate sobre um universo multifacetado de atores sociais, rotulados a partir de discursos e práticas heterogêneos. Algumas dessas manifestações estão sendo descritas, interpretadas e analisadas por alguns especialistas, reunidos nesta edição.
As arenas da intolerância são delimitadas ou estendidas por “critérios” religiosos, ideológicos, sexistas, etários, raciais [sic], étnicos, políticos, esportivos ou espaciais, entre outras fontes de estereótipos que (des)orientam as práticas (anti)sociais.
O que significam essas predisposições à evitação, aos comentários desabonadores, à desqualificação pública, aos atentados à incolumidade, à tortura, ao assassinato e ao holocausto? Tenta-se aqui esboçar esse arco sinistro de possibilidades. Os diversos contextos desses dramas e tragédias suscitam diversas formas e dinâmicas sociais, simbólicas, políticas, econômicas, institucionais e psicológicas.
As vítimas da intolerância têm muito pouco em comum na maior parte dos casos. Cultivam projetos e vivências, visões de mundo e estilos de vida particulares. Assim como são particulares os modos como são atingidos. Algo porém parece atravessar a todos. Algo obscuro. Em certos casos, indefinível. Em outros, escandalosamente óbvio, redundante e vulgar.