Um cenário de retrocessos
Em vista do cenário corrente de deterioração das políticas públicas no estado do Rio de Janeiro e no Brasil, é fundamental que pesquisadores, organizações da sociedade civil, ativistas e movimentos sociais estabeleçam uma agenda pública no campo da segurança que se contraponha aos retrocessos em curso.
No plano nacional, as coisas não estão melhores. Alexandre de Moraes, na época ministro da Justiça, atual ministro do Supremo Tribunal Federal, em coletiva de imprensa afirmou que são necessárias “mais armas e menos pesquisas” para lidarmos com o problema da violência no país. O Pacto Nacional de Redução dos Homicídios, que nunca decolou no governo Dilma, foi engavetado de vez pelo ministério de Temer. Essa é uma agenda que responderia a uma demanda antiga e urgente no campo das políticas de segurança no Brasil, onde morrem cerca de 60 mil pessoas assassinadas por ano. Mais do que tirar os homicídios da pauta prioritária, o Ministério da Justiça, sob Alexandre de Moraes, e, depois, o Ministério da Segurança Pública de Raul Jungmann, promoveram um acirramento da postura repressiva por parte do Estado, com
a guerra às drogas e a truculência estatal na ordem do dia.